O trabalho de Wilson Diaz, a partir da planta de coca, faz parte de um amplo processo de investigação da própria matéria da planta enquanto objeto artístico, e da riqueza de sua simbologia em toda a história das Américas. Através de múltiplos registros e formas, Díaz dá visibilidade aos usos da planta, às manipulações políticas que a cercam, e a sua interminável exploração pelo narcotráfico por causa da produção e distribuição da cocaína.Este fenômeno marcou um grande número de transformações sociais, criminalizando certas práticas culturais, marcando a planta em contextos de violência, e sinalizando-a mais de uma vez como causa única do problema, em vez de simplesmente mais um dos resultados do mercado.O artista dá visibilidade e documenta, por meio de elementos simples, as tensões, conflitos e relações de poder que se constituem em torno da folha, usando diferentes estratégias de representação. Estas incluem imagens da própria planta ou de situações relacionadas a ela, alusões às chamadas “mulas”, que engolem as sementes para depois as expelir do outro lado da fronteira, desenhos de críticos de arte feitos com carvão da planta, e o registro fotográfico de jardins de plantas de coca, perfeitamente podadas e cuidadas por famílias nos bairros de Cali, na Colômbia. O artista utiliza também vídeos produzidos na chamada zona desmilitarizada – um vídeo do grupo musical formado por membros das FARC, “Los rebeldes Del sur”, e outro de dois jovens guerrilheiros tomando banho em um riacho em uma das regiões mais conflituosas do país devido ao cultivo da planta – para tornar visíveis as paisagens e sujeitos produzidos a partir do verde de sua clorofila. Considerados em conjunto, os exercícios do artista evidenciam o ar sinistro de algo que não é familiar, além das lutas pelo controle dos processos de significação dos elementos simbólicos e de suas respectivas práticas culturais, de acordo com os interesses do mercado.
Nome comum ou vulgar: Coca
Nome científico ou latino: Erythoroxylum coca
Família: Eritroxiláceas.
Local de origem: A vertente ocidental dos Andes no Chile, Equador, Peru e Bolívia, entre 300 e 600 metros de altitude.
Atualmente, a área de cultivo é maior, e se estende a amplas zonas da Colômbia.
Parte medicinal: Folhas
Os arbustos chegam a 1,5 metro de altura, ou mais em estado selvagem.
Propriedades medicinais:
Estimulante.
Alucinógeno.
Hipnótico.
Analgésico.
Indicações terapêuticas:
Letargia digestiva e problemas de digestão (infusão de folhas de coca).
Dor (calmante e sedativo).
Transtorno das vias digestivas, dor de estômago, câimbras, indigestão e diarréia.
Precauções com a planta:
Por ser considerada um narcótico, o uso terapêutico das folhas de coca é proibido, salvo nos países produtores. Contudo, o fato dela figurar desde os anos 60 em uma lista de substâncias proibidas pela Organização das Nações Unidas (ONU), o seu comércio internacional para fins terapêuticos é extremamente limitado, ao mesmo tempo em que o seu principal derivado, a cocaína, circula ilicitamente pelas redes de narcotráfico no mundo inteiro.