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Mapear as Auralidades Negro-Americanas

Convocantes: Susana Friedmann e Michael Birenbaum

As Américas negras são igualmente caracterizadas por comunalidades históricas e por uma variedade de formações raciais. Por isto, a distinta constelação de culturas sonoras criadas pelos afrodescendentes americanos refletem tanto os aspectos compartilhados destas experiências históricas como as particulares divergências moldadas por paisagens sonoras locais. No entanto, a história destas culturas sonoras também se vê marcada pela interação de praticantes musicais negros de diferentes lugares com os emblemas sônicos da negritude presentes num nível global, desde a circulação de formas musicais como jazz, reggae e hip-hop na indústria musical do século XX até os intercâmbios entre práticas musicais africanas, européias e americanas como cumbé, zarabanda e outras no século XVII.

O que surgiu então foi um conjunto global de figuras sonoras da negritude, produto da influência dos processos locais, incluindo tanto elementos análogos como distintos, e um segundo nível de empréstimos e apropriações mútuas. Este grupo de trabalho pretende mapear esta auralidade negra a nível hemisférico. Quais são seus nódulos, suas margens, suas brechas? Quais são os circuitos que os conectam? É um mapa estruturado ou interrompido pelas diferentes formas de inclusão na nação, pelas exigências econômicas da indústria cultural global, e pelos sistemas locais de distribuição e os novos meios digitais? Como são ou podem ser logradas as reinvindicações locais negras da modernidade em contextos como Colômbia, onde a negritude é identificada a tradição rural e a modernidade ou com o branqueamento ou com modelos transnacionais de negritude absorvidos pelos meios de comunicação de massa? Mais urgentemente, como podemos complicar as noções monolíticas de musicalidade negra e recon hecer as sonoridades locais sem torpedear as comunalidades culturais e as possibilidades de alianças políticas ou culturais trans-diaspóricas?

Áreas de pesquisa

  • • Mapear a auralidade negroamericana: Uma cartografía diacrônica dos nódulos locais e circuitos hemisféricos de produção, disseminação e consumo sonoros negroamericanos.
  • • Inscrever a auralidade negroamericana: Uma história das tecnologias de preservação de sonoridades negroamericanas (música gravada, cinema, texto, notação) e sua disseminação por circuitos negroamericanos.
  • • Encontrar a auralidade negroamericana: Uma examinação dos contextos de encontro aural intra-diaspórico (migração, exílio, consumo) e as experiências de comunalidade e/ou “esquizofonia” que engendram.
Biografias

Susana Friedmann é Colombiana, nascida em Bogotá, obteve seu bacharelado em Música pelo Mills College, California, seu mestrado em Musicologia pela Universidade de Nova York e seu PhD pelo King's College, Londres (1997). Atualmente é Professora Emérita do Instituto de Pesquisas Estéticas da Faculdade de Artes da Universidad Nacional de Colombia.

Michael Birenbaum Quintero é Doutorando na Universidade de Nova York e Professor Assistente de Música no Bowdoin College, em Brunswick, Maine (EUA). Entre os prêmios e bolsas que recebeu, se incluem a Bolsa Fullbright IIE e a Bolsa de Pesquisa em Humanidades da Universidade de Nova York, além do Prêmio Charles Seeger. En 2009, defenderá sua tese sobre negritude, multiculturalismo, o movimiento político afro-colombiano e a música "currulao", entitulado The Musical Making of Race and Place in Colombia's Black Pacific (A construção musical de raça e do lugar no Pacífico negro-colombiano).

 

Participantes
Ana María Arango
Brittany Colema
Berta Jottar
Carolina Santamaría Delgado
Carter Mathes 
Heidi Feldman
Jonathan Ritter
Juan Otero Garabís
Juan Sebastián Ochoa Escobar
Manuel Sevilla
Marcos Antônio Alexandre
Mauricio Pardo
Michael Birenbaum Quintero 
Samuel Araujo 
Susana Friedmann