Entrevista com Patrick Anderson, conduzida por Marcial Godoy-Anativia, Diretor Associado do Instituto Hemisférico de Performance e Política. Esta entrevista é parte de uma série organizada pelo Instituto Hemisférico, articulada em torno da questão ‘O que é o Estudo da Performance?’ A série procura oferecer uma abordagem multifacetada à tarefa, muitas vezes difícil, de se definir as coordenadas tanto de um campo de estudo acadêmico quanto de uma lente através da qual se pode avaliar e documentar a prática cultural e o comportamento incorporado. As definições contingentes documentadas nesta série são baseadas nas experiências inovadoras e nos projetos acadêmicos de figuras renomadas no estudo e na prática da performance contemporânea.
Patrick Anderson é Professor Associado no Departamento de Comunicação da University of California, San Diego, onde ele é também afiliado ao Programa de Estudos Críticos sobre o Gênero e ao Departamento de Estudos Étnicos. Anderson é formado pela Escola de Comunicação da Northwestern University, com uma dupla concentração em Estudos da Performance e Antropologia. Ele tem um mestrado em Estudos Culturais/Estudos da Comunicação pela University of North Carolina – Chapel Hill e um Ph.D. em Estudos da Performance (com uma ênfase na mulher, no gênero e na sexualidade) pela University of California – Berkeley. O professor Anderson recebeu uma bolsa de estudos da Fulbright para conduzir uma pesquisa sobre a performance ritual em Sri Lanka. A sua formação inclui estudos e experiência em teatro e dança, cinema, estudos culturais, estudos queer e sobre o gênero, estudos étnicos, geografia política, psicanálise e antropologia.
Unindo os campos dos estudos da performance e dos estudos culturais, o trabalho do professor Anderson explora atuações de violência e produções de subjetividade política nos campos institucionais, incluindo a prisão, a clínica, a galeria e o teatro. O seu livro So Much Wasted: Hunger, Performance, and the Morbidity of Resistance (Duke University Press 2010) explora a greve de fome, a anorexia nervosa e a performance do jejum como práticas espetaculares, radicalmente carregadas, que buscam intervir na soberania ideológica estatal. O seu livro Violence Performed: Local Roots and Global Routes of Conflict (Palgrave/Macmillan 2009), uma coleção de ensaios co-editados com Jisha Menon, questiona a violência como performance e a sua atuação na política global contemporânea. O seu trabalho em andamento inclui um livro de gênero misto sobre a doença e a memória e um estudo crítico sobre o papel da empatia na prática da performance americana contemporânea e no diálogo intercultural