Program for Jardín de Pulpos, 1996
Photo/Foto: Antonio Martorell
Jardín de pulpos (1996)
Adaptação de "Jardín de Pulpos", renomada peça do argentino escritor Arístides Vargas (do grupo teatral equatoriano Malayerba), dirigida por Rosa Luisa Márquez e criada coletivamente com os alunos do "Teatro Rodante" da Universidade de Puerto Rico, no campus do Río Piedras. Peça teatral sobre memória, atrocidade, afeto e resistência, "Pulpos" faz a ponte entre o tempo (dos tempos míticos ao "Baby Boomers" à "Geração X") e o lugar (com um texto Andino executado como caribenho e adaptado para a realidade portorriquenha) a fim de denunciar a repressão política, a brutalidade policial, a perseguição ideológica e o assassinato político, evocar e prestar homenagem aos nossos mortos e desaparecidos. Uma imagem é aquela do "velório" (fazendo referência à pintura portorriquenha canônica de um "baquiné" -- velório para uma criança -- de Francisco Oller e de uma interpretação contemporânea de Rafael Trelles), numa exploração das memórias de perda e de um sentido de comunidade, de uma família mais abrangente portorriquenha. O tema recorrente de uma praia abre camadas produtivas de significação, ritmo e organização espacial: ele sugere as águas onde os argentinos "foram desaparecidos" durante a ditadura, as fronteiras (geográficas e políticas) da ilha de Porto Rico e a canção dos Beatles "Octopus' Garden", a qual inspirou o título da peça. A performance resultante é uma convocatória para resgatar e salvaguardar as memórias coletivas dos eventos políticos e históricos que deram forma às nossas sociedades latino-americanas atuais. É também uma tentativa artística de capturar e evocar as complexidades sensoriais de eventos passados, reivindicando-os como marcos genealógicos em nossa vida coletiva atual.
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