Este filme documenta e, de uma certa forma, reorganiza as cenas da produção do TPG. Na peça The Tooth of Crime, Shepard trabalha com as figuras populares/míticas e motivos do imaginário norte-americano como o caubói, o cantor de rock, a namorada, o disc-jockey e o errante, o fora da sociedade. A linguagem da peça é cheia de ritmo com uma riqueza de aliteração e sincopação que os atores do The Performance Group mais tarde "bordaram" em suas técnicas verbo-físicas para a produção de harmonias, tensões e estados físicos e emocionais. O drama encorpora as contradições inerentes no sistema de "star" (estrela) que cria "personalidades" somente para descartá-las quando não forem mais produtivas comercialmente. Ao usar a sua própria versão de música rock, o TPG explora, num complexo espaço físico, um mundo de gângesters e caubóis urbanos. A performance apresenta uma infinidade de personagens de histórias em quadrinhos que sublinha os enganos e as falhas do "Sonho Americano". As sutilezas de caracterização, a mise-en-scène do "environmental theater" e o movimento fazem desta produção um trabalho único. Por ser impossível ver toda a ação neste espaço, os espectadores fluem com a ação de uma parte do teatro ao outro. A performance na qual Spalding Gray faz o papel de Hoss é talvez um dos seus melhores trabalhos no teatro "habitual".