Álbum de família apresenta o “teatro desagradável” de Nelson Rodrigues, uma explosão de paixões humanas e de complexos inconscientes, pessoais e coletivos, expostos em forma de teatro. O núcleo desse teatro são os opostos complementares: amor e ódio, realidade e ilusão, morte e vida, hipocrisia e autenticidade, o profano e o sagrado, loucura e sanidade, o coletivo e o individual. É a aventura da humanidade como uma espécie, como uma civilização face à degeneração. Em Álbum de família, os complexos são elaborados no interior da composição dos personagens e da estrutura das ações. Os atos não confessos, mórbidos, obscenos e desumanos escandalizam, através da destruição pública de sonhos corporais de uma família patriarcal em meio à degradação física, psíquica e moral.