O amargo santo da purificação conta a estória do revolucionário marxista brasileiro Carlos Marighella, uma figura central na luta contra ambas as ditaduras enfrentadas pelo país no século XX – o Estado Novo de Getúlio Vargas nos anos 30 e 40 e a ditadura militar, instaurada em 1964. Esta visão alegórica e barroca da sua vida, paixão e morte revive um herói popular que os setores dominantes tentaram apagar da história nacional por décadas. Começando a partir das suas origens na Bahia, esta produção de rua apresenta a sua juventude, a sua poesia, a resistência ao Estado Novo, a sua prisão, a nova Constituição, a proscrição do Partido Comunista, o conflito armado contra a ditadura militar e a emboscada que terminou com a sua morte em 1969. O texto é escrito coletivamente, com base nos poemas de Marighella, transformados em canções. Através de máscaras, elementos visuais da cultura afro-brasileira, e de uma estética baseada nos filmes de Glauber Rocha, Ói Nóis traz para as ruas da cidade uma abordagem épica das aspirações de liberdade e justiça do povo brasileiro.