Entrevista com Luisa Calcumil, conduzida por Diana Taylor durante o 5o Encuentro do Instituto Hemisférico de Performance e Política, realizado em março de 2005 em Belo Horizonte, Brasil, sob o título Performance e “Raízes”: Práticas Indígenas Contemporâneas e Mobilizações Comunitárias. Luisa começa apresentando-se em Mapudungún (o seu idioma indígena), dizendo ‘eu sou uma pessoa da terra, da terra do sul, que os nossos queridos ancestrais chamavam de Pântano Frio, mas que é hoje conhecida como General Roca. Com a proteção da Grande Mãe do Céu, do Grande Pai do Céu, da Jovem Mulher e do Jovem Homem do Céu, eu fui capaz de chegar aqui hoje’. Ela conta a estória da sua infância difícil e de como ela chegou ao mundo do teatro. Discute também a sua performance solo, entitulada Es bueno mirarse en la propia sombra, que ela apresentou no Encuentro. Através da sua obra, primordialmente oral e musical, ela deseja transmitir a visão de mundo Mapuche, que ela diz ser diferente daquela do ‘mundo branco’. Ela quer derrubar os estereótipos das pessoas indígenas, que têm sido tão amplamente representadas por outros; ela convoca a auto-representação, o respeito às tradições e a renovação da esperança para a sua comunidade.
Luisa Calcumil é uma atriz, diretora e dramaturga Mapuche da Patagônia, Argentina. Ela iniciou a sua carreira como atriz em 1975. Após atuar em vinte peças, cinco filmes e vários programas de televisão, ela sentiu que não era representada nos papéis que interpretava. Então ela decidiu compor os seus próprios roteiros: Hebras e Es bueno mirarse en la propia sombra.