Nesta performance de cabaré, Jesusa Rodríguez apresenta um comentário satírico sobre o comércio da imagem póstuma de Eva Duarte de Perón na literatura, filme e cultura popular. Com um comentário direto sobre o musical "Evita", Rodríguez propõe uma história "alternativa" dos últimos dias de Duarte de Perón e o ponto máximo do uso de seu corpo, jocosamente chocando-se com os conceitos de tempo e espaço históricos, reais, fictícios, virtuais e anacrônicos. "Em face à atual crise social, econômica e política da América Latina, numa era de globalização e impasses profundos, não podemos evitar de nos questionarmos a questão premente: quem era Eva Perón e o que aconteceu com seu corpo?": um comentário satírico sobre as prioridades da sociedade do mundo ocidental enredado com tangos e milongas originais e tradicionais (executados pelo "Gaúcho do Sutiã Maravilha", Liliana Felipe), estas questões articulam a peça como um conjunto de três quadros inter-conectados. A performance começa com um show de rádio apresentando biografias de mulheres importantes da América Latina, patrocionado pelo "Jabón Radical" (Sabão Radical, aquele que "limpa e re-estabelece a ordem social"). O segundo segmento é a história encenada dos "últimos eventos" da vida de Evita: Eva (personagem de Rodríguez) comprou a estação de rádio para contra-atacar as versões de sua vida e morte contadas por seus adversários e "re-encena" seus últimos dias com a ajuda de sua mãe (que está prestes a dar a luz ao Presidente Carlos Menem, e que quer obter o código de acesso às contas bancárias de Evita), uma enfermeira e um assistente tolo. O terceiro e quadro final nos leva à Alfândega da Cidade do México, onde corrupção, tráfico de entorpecentes e golpes de Estado fervem, no que resulta na mudança de governo que tenciona usar o corpo de Evita (guardado na Alfândega a caminho dos Estados Unidos onde Madonna tinha a intenção de usá-lo como objeto de promoção de seu filme) como um tipo de bandeira para a "incorruptibilidade" do novo "corpo nacional".