La Chinga é um grupo de teatro mexicano que se dedica ao desenvolvimento de um trabalho itinerante, popular, agregador, jornalistíco e de performance de rua. Tem como intenção explorar, recuperar e documentar as características corpóreas, vocais e musicais dos arquétipos populares mexicanos, presentes no imaginário coletivo e com raízes na tradição da litografia satírica como foi desenvolvida no final do século XIX por artistas como José María Villasana, Daniel Cabrera, José Guadalupe Posada, Constantino Escalante, entre outros. O resultado -- uma espécie de commedia dell'arte mexicana -- com giros e voltas de improviso tendo como objetivo colocar em evidência os vícios da conduta social -- menos que uma "reconstrução" arqueológica, e sim, uma reconstrução e atualização humorístico-satíricas desses arquétipos no contexto dos eventos sócio-políticos atuais na esfera pública. Alguns personagens/arquétipos -- retratados em máscaras criadas por Sheila Goloborotko -- são: "El Hijo del Ahuizote" (o jornalista perseguido e censurado), "Doña Caralampia Mondongo" (o espírito da crítica), "Don Catrín de la Fachenda" (o enganador pretensioso), "La Jamona" (a velha dama socialite, perseguidora de homens jovens), "El Dictador" (a figura do poder e autoritarismo), "El Padre Cobos" (o anticlerical), "El Maromero" (o político explorador que sempre se levanta não importa o que lhe possa acontecer), "El Lépero" (o eterno 'underdog', o desprovido, o contágio moral), "El Pulque" (a personificação folclórica da inspiração), "El Pelado" (o construtor da nação), "La China" (a brava senhora da cidade), e "El Cuico" (o policial brincalhão). No elenco estão Liliana Felipe, Bibiana Goday, Flor Eduarda Gurrola, Diego Jáuregui, Clarissa Malheiros, Andrés Loewe, Diego Luna, Tito Vasconcelos e Jesusa Rodríguez. Este vídeo-documentário é uma espécie de manifesto introdutório ou de apresentação do projeto La Chinga.