A obra Modernista pós-pornô / Post Porn Modernist (1993), de Annie Sprinkle, relata suas carreiras como uma trabalhadora do sexo, ativista pró-sexo e artista visual. Sprinkle narra uma estória sobre sua transformação de Ellen Steinberg para Annie Sprinkle, um ato que impulsionou a sua revolução sexual. Neste processo de transformação, ela critica ideais patriarcais da sexualidade feminina e as agendas antipornografia da segunda onda feminista. Além disso, Sprinkle subverte a visão masculina através de poses eróticas que lhe dão prazer sexual. Ela faz uma crítica lúdica ao National Endowment for the Arts, fazendo alusão à sua exibição Conhecimento carnavalesco / Carnival Knowledge (1984), que foi alvo de uma reprimenda por parte da agência federal por seu conteúdo pornográfico. Sprinkle então discute a política trabalhista no ramo do trabalho do sexo e suas relações próximas com os seus clientes, alguns dos quais eram deficientes, lésbicas, transgênero ou homens gays com HIV/AIDS. Durante a epidemia da AIDS, ela concentrou-se no desenvolvimento de novas práticas como o orgasmo da respiração – uma técnica criada com Barbara Carrellas – que possibilitava que pessoas infectadas com o HIV/AIDS pudessem experimentar o prazer sem ter relação sexual. Esta mudança no trabalho de Sprinkle impulsionou a sua transformação de Annie para Anya, uma pessoa que encorpora a energia sagrada das antigas deusas prostitutas. Modernista pós-pornô era para ser parte do netcast “History of the Future” (1999) do Franklin Furnace no The Performance Channel (www.channelp.com) da Pseudo Programs, Inc. Todavia, a empresa faliu durante o auge da guerra cultural, deixando a filmagem da performance inacessível até ser publicada na íntegra pelo HIDVL em 2018.
Annie Sprinkle é uma prostituta/estrela pornô que virou artista/sexóloga. Ela explora a sexualidade através da sua modalidade única de filmes de sexo, textos, obras de arte, performances e ensinamentos feministas. Sprinkle tem promovido há muito tempo os direitos e planos de saúde do trabalhador do sexo e foi essencial ao Movimento Feminista do Sexo Positivo nos anos 80. Ela recebeu o seu bacharelado em Belas Artes da School of Visual Arts na cidade de Nova Iorque e foi a primeira estrela pornô a receber um Ph.D., que lhe foi conferido pelo Institute for the Advanced Study of Human Sexuality em San Francisco. Por muitos anos, Sprinkle colaborou com sua parceira de longas datas, Elizabeth Stephens, uma artista e professora da UCSC. Sprinkle e Stephens são líderes ativas do Movimento Ecosexo, onde elas estão determinadas a tornar o ativismo ambiental mais sexy, divertido e diverso através de gestos artísticos. www.anniesprinkle.org | www.sexecology.org