Lawrence Graham-Brown confronta a política da religião, sexualidade e negritude em Ritos de passagem/espaços sagrados // Rites of Passage/Sacred Spaces (2012). Apresentada como uma performance de local específico na Judson Memorial Church, Graham-Brown e seu elenco representam atos ritualísticos baseados no folclore afro-caribenho. Os performers usam objetos de fetiche e vários aromas na tradição de Obeah – magia, feitiçaria e práticas religiosas desenvolvidas pelos escravos da África Ocidental no Caribe para afastar os infortúnios ou causar mal a outra pessoa – enquanto representam gestos homoeróticos. Neste rito de passagem, o corpo negro masculino gay torna-se um local de adoração e um símbolo de ressurreição. Esta forma queer de salvação busca reverter doutrinas opressoras que consideram a homossexualidade um pecado. Ao invés disto, o poder de redenção é deslocado e reivindicado a partir de uma perspectiva masculina negra gay. Estes atos atuam no combate e dissipam ideais homofóbicos na religião, especialmente na Jamaica, terra natal de Graham-Brown, onde o cristianismo é usado para justificar o assassinato e a opressão de pessoas L.G.B.T.Q.
Lawrence Graham-Brown é um artista interdisciplinar que trabalha com a performance, a escultura, a pintura e a mídia. Como um homem jamaicano-americano abertamente gay, a prática artística de Graham-Brown busca combater a homofobia e o racismo em vários contextos geográficos. Ele usa o seu corpo como tela para dissipar o estigma que as pessoas queer, inter-sexuais, transgênero, indígenas e de cor enfrentam rotineiramente. A sua obra já foi apresentada no Queens Museum; El Museo del Barrio; Leslie Lohman Museum of Gay and Lesbian Art; Aljira, A Center for Contemporary Arts; Institute of Jamaica; National Gallery of Jamaica; Galeria Homero Massena; Royal West of England Academy; Arnolfini Centre for Contemporary Arts; Galerie Lutz Rohs; e na Bienal de Xangai, dentre outros espaços de arte internacionais. Já escreveram sobre a obra de Graham-Brown no The New York Times, Huffington Post, Jamaica Gleaner, Art Recognition Culture (ARC), Caribbean Art World (CAW) e na revista THE ARCHIVE, do Leslie-Lohman Museum of Gay and Lesbian Art.