Resistencia Creativa é um movimento, no México, cuja estratégia-chave é usar o "cabaré massivo" como instrumento de ação política. De acordo com Jesusa Rodríguez, é um grupo "representativo do ultraje mexicano quanto à situação política do país. É também uma conexão à um movimento maior que procura transformar a vida pública do México através de meios pacíficos, através da arte, da educação política, do empoderamento e do ativismo criativo".
[Da correspondência por e-mail entre Diana Taylor e Jesusa Rodriguez - publicado com sua permissão]
Gênese:
Resistencia Creativa surgiu em resposta à fraude eleitoral de 6 de julho de 2006.
Quatro dias após as eleições, durante as quais Felipe Calderón venceu por uma pequena e questionável margem, o candidato Andrés Manuel López Obrador (AMLO) anunciou que não aceitaria os resultados "oficiais" da eleição e pediu uma reunião no sábado seguinte no El Zócalo, a principal praça da Cidade do México – compareceram 500.000 pessoas.
Dando seguimento a esta convergência, a Resistencia Creativa formou-se a partir de uma reunião no El
Hábito, um espaço performático administrado por Jesusa e sua parceira, Liliana Felipe. Embora poucos integrantes daquela primeira reunião continuem ativos, os números da Resistencia Creativa cresceram dramaticamente e se reuniram por três anos, das 11 da manhã às 14 horas da tarde no Hemicíclo Juárez de Alameda. Hoje, o grupo possui aproximadamente 700 integrantes.
Atividades:
Nos meses logo após as eleições de 2006, a Resistencia Creativa conduziu atos de desobediência civil como a ocupação de 15 prédios que pertencem às empresas e instituições que apoiaram a fraude eleitoral.
Estas ofensas foram realizadas de uma forma artisticamente criativa. Por exemplo, numa ação, o grupo cobriu os prédios com papel Kraft, impedindo a entrada dos trabalhadores que trabalhavam nesses mesmos prédios. Esta ação durou 15 dias consecutivos no escritório do Consejo Coordinador Empresarial (Conselho Coordenador Empresarial), o prédio da Aviação Mexicana, os escritórios e as instalações da Sabritas, da Banamex Corporation, da Bolsa de Valores do México, do shopping center Santa Fe e do Walmart.
Após este estágio inicial, López Obrador pediu um outro encontro no Zócalo, para o qual contou a presença de um milhão de pessoas. Duas semanas mais tarde, o grupo crescera para dois milhões. López Obrador sugeriu que todos permanecessem na Plaza, bloqueando as 18 milhas do Paseo de la Reforma, artéria principal e uma das que mais afetam as áreas mais afluentes da cidade. Durante aqueles dias, a Resistencia Creativa foi responsável por atividades culturais na principal igreja localizada no Zócalo.
No primeiro dia de acampamento, a Resistencia Creativa começou a reunir-se nos círculos de estudo chamados Hemicírculo Study (o qual continua desde então continua se reunindo). Esta é uma assembleia pública que se reúne todos os domingos para o relato das atividades do movimento dos trabalhadores e da situação do país. Também planejam ações e entrega de filipetas, vídeos e cópias do Regeneración, um jornal impresso por Gobierno Legítimo e López Obrador.
Conclusão:
A Resistencia Creativa é um grupo representativo do ultraje mexicano quanto à situação política atual do país. É também uma conexão à um movimento maior que procura transformar a vida pública do México através de meios pacíficos, através da arte, da educação política, do empoderamento e do ativismo criativo.
